quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano novo, vida nova?

O primeiro dia do ano é especial. É um dia como outro qualquer, sabemos, mas quase todos nós nos deixamos levar por uma excitação maior nesta data. Tudo que gostaríamos de ver mudado em nós, pensamos em começar a transformar neste dia.
Um crente melhor, responsável, participante das atividades da igreja, estudioso, atencioso, zeloso? Seremos, a partir de hoje.
Um pai (ou uma mãe) carinhoso, cuidadoso, amoroso, atento? Seremos, a partir de hoje.
Um empregado melhor, profissional, caprichoso, proativo, agregador? Seremos, a partir de hoje.
Um patrão melhor, justo, respeitoso, generoso, aberto? Seremos, a partir de hoje.
O desejo de melhorar é sempre suplantado pela realidade. Logo voltamos a ser o que éramos ontem.
O primeiro dia do ano, no entanto, pode, sim, ser um estimulante para mudarmos atitudes erradas em nossas vidas. Claro, temos de reconhecer que andamos vacilando em algumas áreas. Identificadas as falhas, por que não aproveitarmos a data redonda para deflagrar a mudança de rumo?
Um exercício prático para esta meditação. Coisinha simples. Anote em uma folha de papel o que você gostaria de mudar em sua vida. Não exagere. Uma ou duas mudanças estão de bom tamanho. Guarde o papel em sua Bíblia. Dá mais solenidade.
É óbvio que você deu início a todo esse processo pedindo orientação e força a Deus. Crente, em tudo o que faz, envolve a Deus.
No final de janeiro (para que esperar um ano, quando você, certamente, já terá esquecido a folhinha dentro da Bíblia), releia o que escreveu e veja como vai indo a mudança de rumo. Sei que o resultado não o satisfará. Ótimo. Crente é inconformado, quer sempre melhorar. Preocupe-se apenas se ficar satisfeito com o resultado.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CONVENIÊNCIA

1Coríntios 10.23
“’Tudo é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo é permitido’, mas nem tudo edifica.”


O cristão pode muita coisa, mas limita-se às convenientes. Muitas pessoas que frequentam igrejas evangélicas, levadas por ensinos estranhos à doutrina cristã, estranham a orientação paulina: “Ninguém deve buscar o seu próprio bem, mas sim o dos outros” (v. 24). Como pode ser isso? Venho à igreja porque preciso de um bom emprego, ter boa saúde e, quem sabe, arranjar um casamento lucrativo. Jesus Cristo nunca afirmou que seriam essas as recompensas do cristão.
O cristão é livre. Tem, no entanto, sua liberdade limitada pela consciência mais frágil de seu semelhante. É desagradável muitas vezes, mas o cristão deve deixar de fazer algo prazeroso e inofensivo, única e exclusivamente por causa do descrente que considerará o ato escandaloso.
A dança foi há algumas décadas motivo de grandes escândalos. Creio que em algumas igrejas ainda cause estranheza, mas entre jovens e adolescentes de igrejas metropolitanas é comum. Paulo diz, no entanto, de forma categórica, que se dançar escandaliza alguém, é conveniente evitarmos bailar.
Dançar, então, é permitido, mas, às vezes, não é conveniente.
Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. O cristão maduro entende (e, se não entende, maduro não é) que suas ações precisam acrescentar algo, construir alguma coisa, contribuir para a melhoria da vida de alguém. Ele não usa a liberdade que sabe que tem, frivolamente.
Ao cristão tudo é permitido. Ele, por decisão própria, muitas vezes, pelo outro, prefere não fazer uso de sua liberdade.
Mas como outras questões levantadas pela Bíblia esta também não é simples.

sábado, 25 de dezembro de 2010

As limitações vêm

Eclesiastes 12.1
“Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá: ‘Não tenho satisfação neles’”.


Eclesiastes não é livro de fácil interpretação. A Bíblia é para ser examinada livremente por todos os crentes, mas é recomendável a leitura deste livro tendo à disposição alguém dedicado ao estudo da Palavra, que possa iluminar passagens escuras.
Hoje pensaremos apenas no texto de Eclesiastes 12.1. Acredito, firmemente, que o jovem não consegue compreender na totalidade o sentido deste versículo. Aparentemente clara, a mensagem do texto é compreendida apenas por quem já chegou à terceira idade. Ou melhor, percebe cristalinamente o que o autor quis dizer aquele que um dia gozou da plenitude das forças e, hoje, tem severas limitações.
Conheço alguém que, adolescente e crente entusiasmada, mesmo morando a 12km da igreja, todos os domingos ia e voltava a pé à igreja. Entre o Largo do Campinho e a Praça Seca distribuía folhetos evangelísticos pelas casas. Pregava em ar livre, participava ativamente em trabalhos evangelísticos nos presídios da Ilha Grande e Talavera Bruce, dava tempo às crianças e era assídua aluna da EBD. Hoje, ela fica cansada só de pensar no que fazia. Sua ação cristã é outra, mas não exige tanto esforço físico.
Alcançamos a terceira idade, nos dias de hoje, com mais vigor do que nunca. A morte chega cada vez mais tarde. Mas, que ninguém se iluda, as limitações vêm. É bom, então, que o jovem se lembre de Deus nos dias de maior vigor para usar essa força na propagação do Evangelho.
Jogadores gostam de dizer, quando passados dos 30 anos: “Ainda jogo em alto nível”. A maioria está se enganando. Lembremo-nos de nosso Criador enquanto jogamos em alto nível, de verdade. Podemos, já idosos, ser muitíssimo úteis ao Evangelho, mas é gratificante quando fazemos isso no apogeu de nossa vida.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Responsabilidade

Ester 4.14
”...pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?”

Um concurso de beleza para escolher uma esposa não é algo que aceitemos nos dias de hoje, mas foi assim que Ester tornou-se rainha, selecionada por Xerxes.
No palácio de Xerxes, no entanto, mandava Hamã. Hamã era vaidosíssimo. Todos se curvavam à sua passagem. Hamã era o cara.
Mardoqueu, pai de criação de Ester, não se prostrava à passagem de Hamã. “Sou judeu”, explicou Mardoqueu a alguns que vieram interpelá-lo sobre o porquê de ele não bajular Hamã. Os bajuladores foram a Hamã e fofocaram: “Mardoqueu não se prostra à sua passagem”. Hamã percebeu que era verdade, se aborreceu, enrolou o rei e saiu da sala do trono com um decreto que marcava dia e hora para o extermínio de todos os judeus do reino.
Chegamos ao texto que encima esta reflexão. Mardoqueu diz a Ester que ela, na posição que ocupava, poderia interceder pelos judeus. O socorro para os judeus viria, Mardoqueu não duvidava, mas Ester precisava compreender que chegara a posição que ocupava para fazer diferença.
“Com os grandes poderes vêm as grandes responsabilidades”, disse o Tio Ben a Peter Parker. Quanto mais podemos, mais responsabilidades temos. Um crente que é governador precisa dar excepcional testemunho, sob pena de arrastar na lama o nome dos cristãos.
É lícito quando oramos pedindo sucesso na carreira. Quem não pede a Deus para ser favorecido em uma promoção profissional? Entendo que devemos pedir tudo a Deus, mas lembremo-nos de pelo menos duas coisas: a resposta de Deus pode não ser a que almejamos e quando é convém atentarmos para a série de deveres que teremos.

Jesus vem!

Atos 4.32a
“Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. (...)”

A Igreja vivia um momento especial. Os cristãos criam que Jesus voltaria a qualquer momento. Uma só mente, um só coração. Cuidavam uns dos outros. Não havia, por essa forma de viver, necessitados entre eles. Quem tinha muito repartia com quem tinha pouco.
Hoje, sabemos que Jesus virá repentinamente (1Ts 5.1, 2). Quando? Não nos cabe especular. Precisamos estar preparados para a segunda vinda de Jesus.
Seria bom refletirmos sobre duas questões que este texto levanta.
A primeira está no próprio versículo: os cristãos pensavam e agiam em conformidade com a Palavra de Deus. Esse comportamento é prática em nossos dias?
A segunda, encontramos no contexto em que se insere nosso versículo de hoje: Vivemos atentos à segunda vinda de Jesus? Consideramos, seriamente, que ela pode ocorrer a qualquer instante?
Todos temos de tocar a vida como se fôssemos cumprir toda a carreira aqui na Terra: crianças fofas, adolescentes intrépidos, jovens inconformados, adultos realizados, idosos sábios e salvos afortunados. Nossos planos podem ser logrados com a morte em qualquer fase da vida ou com a segunda vinda de Cristo. Alegre-se, nas duas circunstâncias Deus tem para o crente melhor destino.
É bom que vivamos naturalmente, mas deveria ser natural para o crente considerar que Jesus Cristo, em qualquer tempo, pode voltar.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Saber das coisas

Provérbios 16.16
“É melhor obter sabedoria do que ouro! É melhor obter entendimento do que prata!”


De vez em quando, entram na pauta da mídia reportagens sobre pessoas que ganharam prêmios em loterias, venceram reality shows, embolsaram fortunas e jogaram o muito dinheiro que receberam pela janela.
Jogadores de futebol, saindo da adolescência, conseguem fazer contratos milionários. Um exemplo: Robinho, no Manchester City, da Inglaterra, recebia mensalmente o equivalente a R$ 1 milhão e 500 mil por mês (hoje, coitado, ganha um pouquinho menos no Milan). Mesmo atletas irresponsáveis têm dificuldade de dilapidar o exagero de dinheiro que ganham.
Em contrapartida, há aqueles que administram o dinheiro que recebem com inteligência e generosidade.
Sabedoria é melhor do que ouro. O ouro acaba e pode ser muito mal usado. A sabedoria é útil para quem a possui e fundamental para os que cercam o sábio.
Sabedoria não é a mesma coisa que cultura acadêmica. A sabedoria é dom de Deus. Há pessoas sem cultura formal, donas de enorme sabedoria. Em muitas culturas há respeito e consideração pelos mais idosos. Ser idoso não é o mesmo que ser sábio, mas a experiência de vida, inegavelmente, acrescenta saber.
No ambiente de trabalho, quase sempre há dois tipos de crente: o caricato, aquele que se orgulha de ser um presepeiro cristão; e o sóbrio, o que tem sempre algo a dizer e é ouvido porque não há discrepância entre o que diz e o que faz. O primeiro tipo afasta as pessoas, o segundo semeia o Evangelho.
Sabedoria e entendimento são as riquezas que devem ser almejadas pelos crentes. Se as temos somos privilegiados.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Amor & ódio

Mateus 5.44
“Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem.”

Há ordens de Jesus, explícitas, que eu estou longe de conseguir cumprir. Essa aí de cima é uma delas. Mais fácil atender ao que diz o versículo 43: “Ame o seu próximo e odeie seu inimigo”. Amar o inimigo? Não conseguimos gostar de desafetos. São intoleráveis pessoas que nos prejudicam. Amá-las? Francamente, quem consegue? Eu, não.
O versículo pode ser interpretado de uma forma que suavize nossa desobediência? Não. Ele é claríssimo. Jesus ainda diz: “Gostar de quem gosta de você é mole”. Eu oro sempre pela minha colega de trabalho, a Thalittinha, mas ela é um doce. Orar por uns chefes que tive na vida é outra conversa.
Mas Jesus quer que façamos isso: amar quem nos odeia, orar por quem deseja nosso mal. Luto para obedecer e confesso que muitas vezes orei por gente que gosto de ver bem longe de mim.
Jesus dirige-se a seres humanos. O que pede é possível, portanto. Jesus conhece o ser humano profundamente e, se o que ele quer é que nos voltemos para aqueles que querem nos prejudicar, alguma razão há. Por nos conhecer, Jesus entende que não gostamos de todas as pessoas com a mesma intensidade. De uns gostamos mais, de outros, menos. Entendo (e posso estar entendendo erradamente) que Jesus não quer nos ver abandonando relacionamentos prazerosos e empenhando-nos em amizades forçadas, mas ele quer que nos envolvamos com quem nos odeia e persegue.
É um treinamento, uma meta a ser alcançada e as ordens claras de Jesus estão na Bíblia para serem obedecidas.
Um dia obedecerei.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O tolo

Provérbios 14.7
“Mantenha-se longe do tolo, pois você não achará conhecimento no que ele falar.”

Não se trata de ser preconceituoso, mas há pessoas que são vertedouro de bobagens. Não só falam como fazem besteiras. É gente inconveniente, que não aceita ouvir o que outros têm a lhe dizer. Uma das características do tolo é a presunção. Tolo e presunçoso são uma coisa só.
Na grande mobilização policial que invadiu o Complexo do Alemão, um jovem foi preso. Tentava escapar de forma despercebida. O policial o deteve e lhe pediu que tirasse a camisa. Nos braços, uma tatuagem tosca: “Fernandinho Beira-Mar”. Um tolo por marcar o corpo com o nome de um marginal, um idiota por achar que escaparia com tão reveladora marca no corpo.
Se o tolo fosse facilmente reconhecido, não seria um grande problema. Muitas vezes, no entanto, não é. O tolo traveste-se com variados disfarces. Tem tolo que até parece sábio. E com seus ralos conhecimentos convence incautos, ingênuos, gente com inclinação para a tolice, mas que tolos ainda não são.
Mantenha-se longe do tolo, você nada aprenderá com ele e nada lhe conseguirá ensinar.
E creia no clichê: "Tempo é ouro". Não o gaste com inúteis.